1.
(Enem 2014) O boxe está perdendo cada
vez mais espaço para um fenômeno relativamente recente do esporte, o MMA. E o
maior evento de Artes Marciais Mistas do planeta é o Ultimate Fighting
Championship, ou simplesmente UFC. O ringue, com oito cantos, foi desenhado
para deixar os lutadores com mais espaço para as lutas. Os atletas podem usar
as mãos e aplicar golpes de jiu-jitsu. Muitos podem falar que a modalidade é
uma espécie de vale-tudo, mas isso já ficou no passado: agora, a modalidade tem
regras e acompanhamento médico obrigatório para que o esporte apague o estigma
negativo.
CORREIA, D. “UFC: saiba como o MMA nocauteou o boxe em oito golpes”. Veja, 10 jun. 2011 (fragmento).
O processo de
modificação das regras do MMA retrata a tendência de redimensionamento de
algumas práticas corporais, visando enquadrá-las em um determinado formato.
Qual o sentido atribuído a essas transformações incorporadas historicamente ao
MMA?
a) A
modificação das regras busca associar valores lúdicos ao MMA, possibilitando a
participação de diferentes populações como atividade de lazer.
b) As
transformações do MMA aumentam o grau de violência das lutas, favorecendo a
busca de emoções mais fortes tanto aos competidores como ao público.
c) As
mudanças de regras do MMA atendem à necessidade de tornar a modalidade menos
violenta, visando sua introdução nas academias de ginástica na dimensão da
saúde.
d) As
modificações incorporadas ao MMA têm por finalidade aprimorar as técnicas das
diferentes artes marciais, favorecendo o desenvolvimento da modalidade enquanto
defesa pessoal.
e) As
transformações do MMA visam delimitar a violência das lutas, preservando a
integridade dos atletas e enquadrando a modalidade no formato do esporte de
espetáculo.
2.
(Enem 2014) No Brasil, a origem do funk e do hip-hop remonta aos anos 1970, quando da
proliferação dos chamados “bailes black” nas periferias dos grandes
centros urbanos. Embalados pela black music americana, milhares de jovens encontravam nos bailes de final
de semana uma alternativa de lazer antes inexistente. Em cidades como o Rio de
Janeiro ou São Paulo, formavam-se equipes de som que promoviam bailes onde foi
se disseminando um estilo que buscava a valorização da cultura negra, tanto na
música como nas roupas e nos penteados. No Rio de Janeiro ficou conhecido como
“Black Rio”. A indústria
fonográfica descobriu o filão e, lançando discos de “equipe” com as músicas de
sucesso nos bailes, difundia a moda pelo restante do país.
DAYRELL, J. A música entra
em cena: o rap e o funk na
socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG,
2005.
A presença da
cultura hip-hop
no Brasil caracteriza-se como uma
forma de
a) lazer
gerada pela diversidade de práticas artísticas nas periferias urbanas.
b) entretenimento
inventada pela indústria fonográfica nacional.
c) subversão
de sua proposta original já nos primeiros bailes.
d) afirmação
de identidade dos jovens que a praticam.
e) reprodução
da cultura musical norte-americana.
3.
(Enem 2014) Linotipos
O Museu da Imprensa exibe duas linotipos.
Trata-se de um tipo de máquina de composição de tipos de chumbo, inventada em
1884 em Baltimore, nos Estados Unidos, pelo alemão Ottmar Mergenthaler. O
invento foi de grande importância por ter significado um novo e fundamental avanço
na história das artes gráficas. A linotipia provocou, na verdade, uma revolução
porque venceu a lentidão da composição dos textos executada na tipografia
tradicional, em que o texto era composto à mão, juntando tipos móveis um por
um. Constituía-se, assim, no principal meio de composição tipográfica até 1950.
A linotipo, a partir do final do século XIX, passou a produzir impressos a
baixo custo, o que levou informação às massas, democratizou a informação.
Promoveu uma revolução na educação. Antes da linotipo, os jornais e revistas
eram escassos, com poucas páginas e caros. Os livros didáticos eram também
caros, pouco acessíveis.
Disponível em: http://portal.in.gov.br. Acesso em: 23 fev. 2013
(adaptado).
O texto apresenta
um histórico da linotipo, uma máquina tipográfica inventada no século XIX e
responsável pela dinamização da imprensa. Em termos sociais, a contribuição da
linotipo teve impacto direto na
a) produção
vagarosa de materiais didáticos.
b) composição
aprimorada de tipos de chumbo.
c) montagem
acelerada de textos para impressão.
d) produção
acessível de materiais informacionais.
e) impressão
dinamizada de imagens em revistas.
4. (Enem 2016) Soneto VII
Onde estou? Este sítio
desconheço:
Quem fez tão diferente
aquele prado?
Tudo outra natureza tem
tomado;
E em contemplá-lo tímido
esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu
não me esqueço
De estar a ela um dia
reclinado:
Ali em vale um monte está
mudado:
Quanto pode dos anos o
progresso!
Árvores aqui vi tão
florescentes,
Que faziam perpétua a
primavera:
Nem troncos vejo agora
decadentes.
Eu me engano: a região esta
não era;
Mas que venho a estranhar,
se estão presentes
Meus males, com que tudo
degenera!
COSTA, C. M. Poemas. Disponível em:
www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012.
No soneto de Cláudio Manuel
da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão em que
transparece uma
a) angústia provocada pela
sensação de solidão.
b) resignação diante das
mudanças do meio ambiente.
c) dúvida existencial em face
do espaço desconhecido.
d) intenção de recriar o
passado por meio da paisagem.
e) empatia entre os
sofrimentos do eu e a agonia da terra.
5.
(Enem 2014) Quando Deus redimiu da
tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele Povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
Pois mandado pela alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
O Faraó do povo brasileiro.
DAMASCENO, D. (Org.). Melhores
poemas: Gregório de Matos.
São Paulo: Globo, 2006.
Com uma
elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios
barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa por
a) visão
cética sobre as relações sociais.
b) preocupação
com a identidade brasileira.
c) crítica
velada à forma de governo vigente.
d) reflexão
sobre os dogmas do cristianismo.
e) questionamento
das práticas pagãs na Bahia.
6.
(Enem 2014) FABIANA, arrepelando-se
de raiva — Hum! Ora, eis aí
está para que se casou meu filho, e trouxe a mulher para minha casa. É isto
constantemente. Não sabe o senhor meu filho que quem casa quer casa... Já não
posso, não posso, não posso! (Batendo com o pé). Um dia arrebento, e
então veremos!
PENA, M. Quem casa quer casa.
www.dominiopubiico.gov.br. Acesso em: 7 dez. 2012.
As rubricas em
itálico, como as trazidas no trecho de Martins Pena, em uma atuação teatral,
constituem
a) necessidade,
porque as encenações precisam ser fiéis às diretrizes do autor.
b) possibilidade,
porque o texto pode ser mudado, assim como outros elementos.
c) preciosismo,
porque são irrelevantes para o texto ou para a encenação.
d) exigência,
porque elas determinam as características do texto teatral.
e) imposição,
porque elas anulam a autonomia do diretor.
7. (Enem 2012) “Ele era o inimigo do rei”, nas
palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava
desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José
de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema,
tido como o pai do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura
brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também
folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado
federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas
facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será
digitalizada.
História Viva, n.99,2011.
Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da
futura digitalização de sua obra, depreende-se que
a) a digitalização
dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances.
b) o conhecido
autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma
vasta obra literária com temática atemporal.
c) a divulgação
das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua
importância para a história do Brasil Imperial.
d) a digitalização
dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória
linguística e da identidade nacional.
e) o grande romancista José de
Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista.
8. (Enem 2010) Soneto
Já
da morte o palor me cobre o rosto,
Nos
lábios meus o alento desfalece,
Surda
agonia o coração fenece,
E
devora meu ser mortal desgosto!
Do
leito embalde no macio encosto
Tento
o sono reter!... já esmorece
O
corpo exausto que o repouso esquece...
Eis
o estado em que a mágoa me tem posto!
O
adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem
que insano do viver me prive
E
tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me
a esperança com que o ser mantive!
Volve
ao amante os olhos por piedade,
Olhos
por quem viveu quem já não vive!
AZEVEDO, A. Obra
completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
O núcleo temático do soneto citado é típico
da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para
alem desse momento especifico. O fundamento desse lirismo é
a) a angústia alimentada pela
constatação da irreversibilidade da morte.
b) a melancolia que frustra a
possibilidade de reação diante da perda.
c) o descontrole das emoções
provocado pela autopiedade.
d) o desejo de morrer como
alívio para a desilusão amorosa.
e) o gosto pela escuridão como
solução para o sofrimento.
9. (Enem
2009) No decênio de 1870,
Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas
independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões
segundo ele muito diferentes por formação histórica, composição étnica,
costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que
publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um
escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no
Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as
características locais.
CANDIDO,
A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003.
Com relação à valorização, no romance regionalista
brasileiro, do homem e da paisagem de determinadas regiões nacionais, sabe-se
que
a) o romance do Sul do Brasil
se caracteriza pela temática essencialmente urbana, colocando em relevo a
formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos
culturais trazidos de fora pela imigração europeia.
b) José de Alencar,
representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática da urbanização
das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças.
c) o romance do Nordeste
caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulário, pelo temário
local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume
frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.
d) a literatura urbana
brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a
formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e
indígenas que caracterizam o nosso povo.
e) Érico Veríssimo, Rachel de
Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das décadas de 30 e 40
do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto com
a modernização do país promovida pelo Estado Novo.
TEXTO PARA AS
PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Torno a
ver-vos, ó montes: o destino
Aqui me
torna a pôr nestes outeiros,
Onde um
tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje
da Corte, rico e fino.
Aqui estou
entre Almendro, entre Corino,
Os meus
fiéis, meus doces companheiros,
Vendo
correr os míseros vaqueiros
Atrás de
seu cansado desatino.
Se o bem
desta choupana pode tanto,
Que chega
a ter mais preço, e mais valia
Que, da
Cidade, o lisonjeiro encanto.
Aqui
descanso a louca fantasia,
E o que
até agora se tornava em pranto
Se
converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A
poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78/9.
10. (Enem 2008) Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos
constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da
relação entre o poema e o momento histórico de sua produção.
a) Os
"montes" e "outeiros", mencionados na primeira estrofe, são
imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com
traje "rico e fino".
b) A
oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma
contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano
da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
c) O
bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que
evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária
realista da vida nacional.
d) A
relação de vantagem da "choupana" sobre a "Cidade", na
terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica
paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e) A
realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está
representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à
transformação do pranto em alegria
11. (Enem 2008) Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da
Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor.
a) "Torno
a ver-vos, ó montes: o destino" (v. 1)
b) "Aqui
estou entre Almendro, entre Corino," (v. 5)
c) "Os
meus fiéis, meus doces companheiros," (v. 6)
d) "Vendo
correr os míseros vaqueiros" (v. 7)
e) "Que,
da Cidade, o lisonjeiro encanto." (v. 11)
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
O CANTO DO GUERREIRO
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
- Ouvi-me, Guerreiros,
- Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
- Guerreiros, ouvi-me;
- Quem há, como eu sou?
Gonçalves Dias.
MACUNAÍMA
(Epílogo)
Acabou-se a história e morreu a
vitória.
Não havia mais ninguém lá. Dera
tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não
havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros
arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do
deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum
conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos
tão pançudos. Quem podia saber do Herói?
Mário de Andrade.
12. (Enem 2007) A
leitura comparativa dos dois textos indica que
a) ambos
têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heroica,
como símbolo máximo do nacionalismo romântico.
b) a
abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é discriminatória em
relação aos povos indígenas do Brasil.
c) as
perguntas "- Quem há, como eu sou?" (10. texto) e "Quem podia
saber do Herói?" (20. texto) expressam diferentes visões da realidade
indígena brasileira.
d) o
texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio dos povos
indígenas como resultado do processo de colonização no Brasil.
e) os
versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam expressar-se
poeticamente, mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença
do narrador, no segundo texto.
13. (Enem 2001) No
trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um
outro estilo de época: o romantismo.
"Naquele
tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida
criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já
lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não
é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e
espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou
espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele
feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os
fins secretos da criação."
(ASSIS,
Machado de. Memórias Póstumas de Brás
Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 1957.)
A
frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está
transcrita na alternativa:
a) ...
o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas...
b) era
talvez a mais atrevida criatura da nossa raça...
c) Era
bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e
eterno, ...
d) Naquele
tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ...
e) ...
o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.
14.
(Enem cancelado 2009) Texto
1
Canção
do exílio
Minha terra tem
palmeiras,
Onde canta o
Sabiá;
As aves, que aqui
gorjeiam,
Não gorjeiam como
lá.
Nosso céu tem
mais estrelas,
Nossas várzeas
têm mais flores,
Nossos bosques
têm mais vida,
Nossa vida mais
amores.
[...]
Minha terra tem
primores,
Que tais não
encontro eu cá;
Em cismar —
sozinho, à noite —
Mais prazer eu
encontro lá;
Minha terra tem
palmeiras
Onde canta o
Sabiá.
Não permita Deus
que eu morra,
Sem que eu volte
para lá;
Sem que desfrute
os primores
Que não encontro
por cá;
Sem qu’inda
aviste as palmeiras
Onde canta o
Sabiá.
DIAS,
G. Poesia e prosa completas.Rio
de Janeiro: Aguilar, 1998.
Texto
2
Canto
de regresso à Pátria
Minha terra tem
palmares
Onde gorjeia o
mar
Os passarinhos
daqui
Não cantam como
os de lá
Minha terra tem
mais rosas
E quase tem mais
amores
Minha terra tem
mais ouro
Minha
terra tem mais terra
Ouro terra amor e
rosas
Eu quero tudo de
lá
Não permita Deus
que eu morra
Sem que volte
para lá
Não permita Deus
que eu morra
Sem que volte pra
São Paulo
Sem que eu veja a
rua 15
E o progresso de
São Paulo
ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do
Livro, s/d.
Os textos 1 e 2,
escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo
poético: a paisagem brasileira entrevista a distância. Analisando-os,
conclui-se que
a) o
ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu, é o
tom de que se revestem os dois textos.
b) a
exaltação da natureza é a principal característica do texto 2, que valoriza a
paisagem tropical realçada no texto 1.
c) o
texto 2 aborda o tema da nação, como o texto 1, mas sem perder a visão crítica
da realidade brasileira.
d) o
texto 1, em oposição ao texto 2, revela distanciamento geográfico do poeta em
relação à pátria.
e) ambos
os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira.
15.
(Enem cancelado 2009) Pobre
Isaura! Sempre e em toda parte esta contínua importunação de senhores e de
escravos, que não a deixam sossegar um só momento! Como não devia viver aflito
e atribulado aquele coração! Dentro de casa contava ela quatro inimigos, cada
qual mais porfiado em roubar-lhe a paz da alma, e torturar-lhe o coração: três
amantes, Leôncio, Belchior, e André, e uma êmula terrível e desapiedada, Rosa.
Fácil lhe fora repelir as importunações e insolências dos escravos e criados;
mas que seria dela, quando viesse o senhor?!...
GUIMARÃES, B. A escrava
Isaura. São Paulo: Ática, 1995 (adaptado).
A personagem
Isaura, como afirma o título do romance, era uma escrava. No trecho
apresentado, os sofrimentos por que passa a protagonista
a) assemelham-se
aos das demais escravas do país, o que indica o estilo realista da abordagem do
tema da escravidão pelo autor do romance.
b) demonstram
que, historicamente, os problemas vividos pelas escravas brasileiras, como
Isaura, eram mais de ordem sentimental do que física.
c) diferem
dos que atormentavam as demais escravas do Brasil do século XIX, o que revela o
caráter idealista da abordagem do tema pelo autor do romance.
d) indicam
que, quando o assunto era o amor, as escravas brasileiras, de acordo com a
abordagem lírica do tema pelo autor, eram tratadas como as demais mulheres da
sociedade.
e) revelam
a condição degradante das mulheres escravas no Brasil, que, como Isaura, de
acordo com a denúncia feita pelo autor, eram importunadas e torturadas
fisicamente pelos seus senhores.
16.
(Enem cancelado 2009) O
sertão e o sertanejo
Ali começa o
sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim
crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de
relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado,
ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a
vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e
levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e
vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em
pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos
morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem
o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte
melancolia; de todos os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias
copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios
recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num
trabalho íntimo de espantosa atividade.
Transborda a vida. TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1993 (adaptado).
O romance
romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação.
Considerando o trecho acima, é possível reconhecer que uma das principais e
permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação
é a
a) possibilidade
de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo
subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação.
b) consciência
da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que
coibiu a exploração desenfreada das riquezas naturais do país.
c) construção,
em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma
imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.
d) expansão
dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do
território nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.
e) valorização
da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando
um conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.
17.
(Enem cancelado 2009) Ouvir
estrelas
“Ora,
(direis) ouvir estrelas! Certo
perdeste
o senso!” E eu vos direi, no entanto,
que,
para ouvi-las, muita vez desperto
e
abro as janelas, pálido de espanto...
E
conversamos toda noite, enquanto
a
Via-Láctea, como um pálio aberto,
cintila.
E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto,
inda as procuro pelo céu deserto.
Direis
agora: “Tresloucado amigo!
Que
conversas com elas?” Que sentido
tem
o que dizem, quando estão contigo?”
E
eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois
só quem ama pode ter ouvido
Capaz
de ouvir e de entender estrelas”.
BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919.
Ouvir
estrelas
Ora,
direis, ouvir estrelas! Vejo
que
estás beirando a maluquice extrema.
No
entanto o certo é que não perco o ensejo
De
ouvi-las nos programas de cinema.
Não
perco fita; e dir-vos-ei sem pejo
que
mais eu gozo se escabroso é o tema.
Uma
boca de estrela dando beijo
é,
meu amigo, assunto p’ra um poema.
Direis
agora: Mas, enfim, meu caro,
As
estrelas que dizem? Que sentido
têm
suas frases de sabor tão raro?
Amigo,
aprende inglês para entendê-las,
Pois
só sabendo inglês se tem ouvido
Capaz
de ouvir e de entender estrelas.
TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São
Paulo: Brasiliense, 1961.
A partir da
comparação entre os poemas, verifica-se que,
a) no
texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa,
enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa.
b) no
texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre,
são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as entendem.
c) no
texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no
uso de estruturas como “dir-vos-ei sem pejo” e “entendê-las”.
d) no
texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística no trecho “Uma
boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto p’ra um poema.”
e) no
texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é
enfatizada na última estrofe de seu poema com a recomendação de compreensão de
outras línguas.
18. (Enem 1999) Leia
um texto publicado no jornal Gazeta
Mercantil. Esse texto é parte de um artigo que analisa algumas situações de
crise no mundo, entre elas, a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, e foi
publicado na época de uma iminente crise financeira no Brasil.
Deu
no que deu. No dia 29 de outubro de 1929, uma terça-feira, praticamente não
havia compradores no pregão de Nova Iorque, só vendedores. Seguiu-se uma crise
incomparável: o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos caiu de 104 bilhões de
dólares em 1929, para 56 bilhões em 1933, coisa inimaginável em nossos dias. O
valor do dólar caiu a quase metade. O desemprego elevou-se de 1,5 milhão para
12,5 milhões de trabalhadores - cerca de 25% da população ativa - entre 1929 e
1933. A construção civil caiu 90%. Nove milhões de aplicações, tipo caderneta
de poupança, perderam-se com o fechamento dos bancos. Oitenta e cinco mil
firmas faliram. Houve saques e norte-americanos que passaram fome.
(Gazeta Mercantil, 05/01/1999)
Ao
citar dados referentes à crise ocorrida em 1929, em um artigo jornalístico
atual, pode-se atribuir ao jornalista a seguinte intenção:
a) questionar
a interpretação da crise.
b) comunicar
sobre o desemprego.
c) instruir
o leitor sobre aplicações em bolsa de valores.
d) relacionar
os fatos passados e presentes.
e) analisar
dados financeiros americanos.
19. (Enem 1999) Leia o texto a seguir.
Cabelos
longos, brinco na orelha esquerda, físico de skatista. Na aparência, o
estudante brasiliense Rui Lopes Viana filho, de 16 anos, não lembra em nada o
estereótipo dos gênios. Ele não usa pesados óculos de grau está longe de ter um
ar introspectivo. No final do mês passado, Rui retornou de Taiwan, onde
enfrentou 419 competidores de todo o mundo na 39a Olimpíada
Internacional de Matemática. A reluzente medalha de ouro que ele trouxe na
bagagem está dependurada sobre a cama de seu quarto, atulhado de rascunhos dos
problemas matemáticos que aprendeu a decifrar nos últimos cinco anos.
Veja
- Vencer uma olimpíada serve de passaporte para uma carreira profissional meteórica?
Rui
- Nada disso. Decidi me dedicar à Olimpíada porque sei que a concorrência por
um emprego é cada vez mais selvagem e cruel. Agora tenho algo a mais para
oferecer. O problema é que as coisas estão mudando muito rápido e não sei qual
será minha profissão. Além de ser muito novo para decidir sobre o meu futuro
profissional, sei que esse conceito de carreira mudou muito.
(Entrevista de Rui Lopes Viana Filho à Veja, 05/08/1998, nº.31, p.9-10)
Na
pergunta, o repórter estabelece uma relação entre a entrada do estudante no
mercado de trabalho e a vitória na Olimpíada. O estudante
a) concorda
com a relação e afirma que o desempenho na Olimpíada é fundamental para sua
entrada no mercado.
b) discorda
da relação e complementa que é fácil se fazer previsões sobre o mercado de
trabalho.
c) discorda
da relação e afirma que seu futuro profissional independe de dedicação aos
estudos.
d) discorda
da relação e afirma que seu desempenho só é relevante se escolher uma profissão
relacionada à matemática.
e) concorda
em parte com a relação e complementa que é complexo fazer previsões sobre o
mercado de trabalho.
20. (Enem 1999) E
considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo
imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não
existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas
d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de
plumas.
Eu
considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com
o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério
é a simplicidade.
Considerei,
por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e
esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz
de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
(BRAGA,
Rubem. Ai de ti, Copacabana. 20a
ed.)
O
poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem Braga:
O
que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente de homem, apanhado no
essencial, narrativa direta e econômica. (...) É o poeta do real, do palpável,
que se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da realidade e o remédio para
ela.
Em
seu texto, Rubem Braga afirma que "este é o luxo do grande artista,
atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos". Afirmação semelhante
pode ser encontrada no texto de Calos Drummond de Andrade, quando, ao analisar
a obra de Braga, diz que ela é
a) uma
narrativa direta e econômica.
b) real,
palpável.
c) sentimento
de realidade.
d) seu
expediente de homem.
e) seu
remédio.
21. (Enem 2001) Os textos referem-se à integração do índio à chamada civilização
brasileira.
I.
"Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas de um pensamento que
separa e que tenta nos eliminar cultural, social e até fisicamente. A
justificativa é a de que somos apenas 250 mil pessoas e o Brasil não pode
suportar esse ônus. (...) É preciso congelar essas ideias colonizadoras, porque
elas são irreais e hipócritas e também genocidas. (...) Nós, índios, queremos
falar, mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos costumes."
(Marcos
Terena, presidente do Comitê Intertribal Articulador dos Direitos Indígenas na
ONU e fundador das Nações Indígenas, Folha
de S. Paulo, 31 de agosto de 1994.)
II.
"O Brasil não terá índios no final do século XXI (...) E por que isso?
Pela razão muito simples que consiste no fato de o índio brasileiro não ser
distinto das demais comunidades primitivas que existiram no mundo. A história
não é outra coisa senão um processo civilizatório, que conduz o homem, por
conta própria ou por difusão da cultura, a passar do paleolítico ao neolítico e
do neolítico a um estágio civilizatório."
(Hélio
Jaguaribe, cientista político, Folha de
S. Paulo, 2 de setembro de 1994.)
Pode-se
afirmar, segundo os textos, que
a) tanto
Terena quanto Jaguaribe propõem ideias inadequadas, pois o primeiro deseja a
aculturação feita pela "civilização branca", e o segundo, o
confinamento de tribos.
b) Terena
quer transformar o Brasil numa terra só de índios, pois pretende mudar até
mesmo a língua do país, enquanto a ideia de Jaguaribe é anticonstitucional,
pois fere o direito à identidade cultural dos índios.
c) Terena
compreende que a melhor solução é que os brancos aprendam a língua tupi para
entender melhor o que dizem os índios. Jaguaribe é de opinião que, até o final
do século XXI, seja feita uma limpeza étnica no Brasil.
d) Terena
defende que a sociedade brasileira deve respeitar a cultura dos índios e
Jaguaribe acredita na inevitabilidade do processo de aculturação dos índios e
de sua incorporação à sociedade brasileira.
e) Terena
propõe que a integração indígena deve ser lenta, gradativa e progressiva, e
Jaguaribe propõe que essa integração resulte de decisão autônoma das
comunidades indígenas.
22. (Enem 2002) Só
falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre uso de termos estrangeiros no
Brasil] para que palavras como "shopping center",
"delivery" e "drive-through" sejam proibidas em nomes de
estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo
ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma,
venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a
preservação da soberania nacional, a saber:
......
-
Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer "Tu vai" em espaços
públicos do território nacional;
-
Nenhum cidadão paulista poderá dizer "Eu lhe amo" e retirar ou acrescentar
o plural em sentenças como "Me vê um chopps e dois pastel";
......
-
Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra
"borraxaria" e nenhum dono de banca de jornal anunciará
"Vende-se cigarros";
......
-
Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais
como "casar-me-ei" ou "ver-se-ão".
(PIZA,
Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado
de S. Paulo. São Paulo, 8/04/2001.)
No
texto acima, o autor
a) mostra-se
favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser
protegida contra deturpações de uso.
b) ironiza
o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e
socioculturais da língua.
c) denuncia
o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal pelo
falante brasileiro.
d) revela-se
preconceituoso em relação a certos registros linguísticos ao propor medidas que
os controlem.
e) defende
o ensino rigoroso da gramática para que todos aprendam a empregar corretamente
os pronomes.
23. (Enem 2002) A
crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da
sociedade em que vivemos.
"Eu,
na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que
não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo
dinheiro. Não estava. Queria saber a hora.
Talvez
não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim
que a gente divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e
camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por
um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura
a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. (...) Na
verdade não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um
menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos
lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos
onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê."
(COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro:
Rocco, 1999.)
No
terceiro parágrafo em "... não existem meninos De rua. Existem meninos NA
rua.", a troca de De pelo Na determina que a relação de sentido entre
"menino" e "rua" seja
a) de
localização e não de qualidade.
b) de
origem e não de posse.
c) de
origem e não de localização.
d) de
qualidade e não de origem.
e) de
posse e não de localização.
24. (Enem 2005) Leia
os textos a seguir:
I
- A SITUAÇÃO DE UM TRABALHADOR
Paulo
Henrique de Jesus está há quatro meses desempregado. Com o Ensino Médio
completo, ou seja, 11 anos de estudo, ele perdeu a vaga que preenchia há oito
anos de encarregado numa transportadora de valores, ganhando R$ 800,00. Desde
então, e com 50 currículos já distribuídos, só encontra oferta para ganhar
R$300,00, um salário mínimo. Ele aceitou trabalhar por esse valor, sem carteira
assinada, como garçom numa casa de festas para fazer frente às despesas.
(O Globo, 20/07/2005.)
II
- UMA INTERPRETAÇÃO SOBRE O ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO
Atualmente,
a baixa qualificação da mão de obra é um dos responsáveis pelo desemprego no
Brasil.
A
relação que se estabelece entre a situação (I) e a interpretação (II) e a razão
para essa relação aparece em:
a) II
explica I - Nos níveis de escolaridade mais baixos há dificuldade de acesso ao
mercado de trabalho.
b) I
reforça II - Os avanços tecnológicos da Terceira Revolução Industrial garantem
somente o acesso ao trabalho para aqueles de formação em nível superior.
c) I
desmente II - O mundo globalizado promoveu desemprego especialmente para
pessoas entre 10 e 15 anos de estudo.
d) II
justifica I - O desemprego estrutural leva a exclusão de trabalhadores com
escolaridade de nível médio incompleto.
e) II
complementa I - O longo período de baixo crescimento econômico acirrou a
competição, e pessoas de maior escolaridade passam a aceitar funções que não
correspondem a sua formação.
25. (Enem 2005) Leia
com atenção o texto:
[Em
Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas
desconhecendo certas sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para
ver os ternos - peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas.
Suéter é camisola - mas não se assuste, porque calcinhas femininas são cuecas.
(Não é uma delícia?)
(Ruy
Castro. Viaje Bem. Ano VIII, n0. 3,
78)
O
texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto
a) ao
vocabulário.
b) à derivação.
c) à
pronúncia.
d) ao
gênero.
e) à
sintaxe.
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