quarta-feira, 26 de abril de 2017

GABARITO COM SIMULADO

Resposta da questão 1:
 [E]

[Resposta do ponto de vista da disciplina Sociologia]
A consolidação do MMA como esporte só ocorreu devido a essas transformações no seu formato. Podemos dizer que isso se deu para atender uma demanda por um espetáculo que estivesse de acordo com as regras civilizatórias de nossa sociedade: ainda que se interesse por lutas, nossa sociedade também valoriza a integridade física e a saúde de seus atletas, que faltava ao antigo vale tudo.

[Resposta do ponto de vista da disciplina Português]
[A] Não há nenhum valor lúdico embutido nas lutas.
[B] A criação de regras para esta modalidade ajudou a dar um limite à violência e assim preservar o homem que está no ringue, ainda que lutador.
[C] As mudanças visam a limitar a violência, não popularizá-la.
[D] Não cogitou-se, no texto, a adoção de MMA como forma de defesa pessoal.
[E] Correta. A adoção de regras visa a regular o nível de violência no esporte, a fim de manter a integridade física dos atletas.

Resposta da questão 2:
 [D]

[Resposta do ponto de vista da disciplina Sociologia]
Tal como nos Estados Unidos, também nas periferias dos centros urbanos brasileiros predominava a população negra. O surgimento do hip-hop é, portanto, a expressão cultural dos próprios jovens da época, que encontravam nos bailes black uma forma de afirmação de sua própria identidade.

[Resposta do ponto de vista da disciplina Português]
[A] Não havia lazer gerado pela diversidade de práticas artísticas, pelo contrário, os “bailes black” eram uma das poucas alternativas de lazer antes inexistente.
[B] Esses bailes foram inspirados pela black music americana.
[C] Não houve subversão, apenas difusão da moda americana.
[D] Correta. Havia a necessidade dos meninos das periferias paulistanas e cariocas verem a cultura negra mais valorizada.
[E] Houve uma “adaptação” do estilo americano para o brasileiro.

Resposta da questão 3:
 [D]

[Resposta do ponto de vista da disciplina Sociologia]
A sociedade moderna tem como um de seus pilares a Revolução Industrial. A linotipia é expressão dessa revolução ao permitir à sociedade uma produção em massa de materiais informacionais. Ou seja, não somente a produção industrial mudou com a invenção desses equipamentos, mas também os meios de comunicação e o acesso à informação por parte da população.

[Resposta do ponto de vista da disciplina Português]
[A] Pelo contrário, a invenção da linotipo otimizou a execução do material impresso.
[B] A técnica é nova e diferente da antiga tipografia com letras de chumbo.
[C] Deixou-se de compor os textos à mão como na tipografia tradicional.
[D] Correta. A otimização das impressões tornou os impressos bem mais baratos, o que contribuiu para a difusão de materiais informacionais, de jornais a materiais didáticos.
[E] Não há referência à inclusão de imagens nos impressos no texto em questão.

Resposta da questão 4:
 [A]

A expressão “até demais” e o uso da forma verbal “tem”, como sinônimo de haver, são de uso corrente na linguagem coloquial e contrastam com o advérbio “mui”, forma apocopada de “muito”, encontrada frequentemente em textos antigos como a Carta de Pero Vaz de Caminha, com a qual Murilo Mendes estabelece intertextualidade.

Resposta da questão 5:
 [C]

As palavras “tacape” e “tapanhumas” pertencem à língua indígena e estão presentes nos textos I e II respectivamente, o que é afirmado em C. A função conativa (ou apelativa) está presente nos imperativos do texto I, assim como a emotiva e a linguagem formal. Também ambos os textos apresentam função poética (organização das palavras com intenção estética), o que invalida as demais opções.

Resposta da questão 6:
 [A]

A mensagem é centrada no receptor e organiza-se de forma a influenciá-lo, ou chamar a sua atenção. O uso de verbos no imperativo (“mostre” e “guarde”) configura a função apelativa ou conativa da linguagem de maneira a persuadir o leitor e obter sua adesão ao consumo, sobretudo ao facilitar a forma de pagamento.

Resposta da questão 7:
 [E]

O “horóscopo” é normalmente publicado em colunas de jornais e revistas ou em sites de astrologia, fazendo prognósticos sobre a vida dos leitores e aconselhando-os em situações cotidianas: amor, família, saúde e trabalho. Expressões como “seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima”, “a área gástrica se ressentirá”,“na vida amorosa, que será testada” e “Sentirá vontade de olhar além das questões materiais” confirmam a opção e).  

Resposta da questão 8:
 [E]

O texto não apresenta subjetividade, tentativa de estabelecer comunicação com o receptor através de mensagens sem conteúdo, recursos literários ou figuras de linguagem expressivas, nem verbos no imperativo ou uso de pronomes em 2ª ou 3ª pessoas, indicativos da necessidade de convencer o leitor. Estas considerações descartam as opções a), b), c) e d), respectivamente. Portanto, apenas a e) é correta, na medida em que o texto visa apenas à informação objetiva, transmitindo impessoalidade em linguagem denotativa.  

Resposta da questão 9:
 [E]

Em um congresso acadêmico, um professor universitário deveria adequar a sua linguagem ao ambiente formal em que se encontra, ou seja, deveria usar o padrão culto da língua. Assim, seria inadequado o uso da expressão “a gente” como pronome indefinido, além das faltas de concordância das pessoas do discurso (3ª e 1ª) em frases como “ a gente corre risco de termos”, típicos da oralidade.

Resposta da questão 10:
 [B]

O fato de o jogador se expressar em linguagem formal e rebuscada surpreende o entrevistador, pois isso “não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão”, o que escapa da visão generalizada sobre a forma elementar de comunicação que muitas vezes é usada pelos jogadores de futebol.

Resposta da questão 11:
 [B]

A expressão “pegá eles sem calça” sugere a situação de surpresa que a estratégia de jogo produziria sobre o adversário, o que, em língua formal, poderia ser substituído por “pegá-los desprevenidos”.

Resposta da questão 12:
 [D]

Depreende-se que a notícia, publicada pela Gazeta Mercantil às vésperas de uma crise financeira no Brasil, pretende relacionar fatos passados e presentes, a fim de advertir as pessoas sobre o que se estava a passar na atualidade, ou seja, inter-relacionar causas e efeitos em momentos históricos diferentes visando ao entendimento da situação.

Obs: existe imprecisão na data mencionada no texto, pois a quebra da bolsa de 1929 ocorreu em 24 de Outubro, uma quinta-feira e não em 29.

Resposta da questão 13:
 [E]

O estudante admite que a vitória na Olimpíada de matemática é importante, pois tem consciência da competição acirrada entre aqueles que aspiram a um emprego e como um bom desempenho em determinada área pode ser importante para garantir o sucesso. No entanto, admite que, na dinâmica de uma sociedade em transformação, é difícil fazer previsões (“as coisas estão mudando muito rápido”, e “esse conceito de carreira mudou muito”).

Resposta da questão 14:
 [A]

A característica destacada por Rubem Braga (“atingir o máximo de matizes com o mínimo de detalhes”) está explícita no texto de Carlos Drummond de Andrade: “narrativa direta e econômica”.

Resposta da questão 15:
 [C]

Expressões como “embromatologia” e “escambau” revelam o tom sarcástico com que o autor critica a artificialização abusiva de alimentos tradicionais.

Resposta da questão 16:
 [B]

O neologismo “embromatologia” é formado pela associação bem-humorada de dois termos: “embromação” (ato de enganar) e “bromatologia” (estudo dos alimentos). Enquanto o primeiro pertence à gíria de uma variante linguística popular, o segundo remete ao campo da linguagem referencial, sugerindo uma pseudociência que descaracteriza o produto natural.

Resposta da questão 17:
 [D]

Enquanto Terena apela ao respeito pelas culturas indígenas (“Nós, índios, queremos falar, mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos costumes."), Hélio Jaguaribe expressa uma visão determinista que prevê como inevitável a aculturação dos índios e a sua incorporação à sociedade brasileira (“A história não é outra coisa senão um processo civilizatório, que conduz o homem, por conta própria ou por difusão da cultura, a passar do paleolítico ao neolítico e do neolítico a um estágio civilizatório”).

Resposta da questão 18:
 [B]

O tom grandiloquente do primeiro parágrafo, associando o uso de palavras estrangeiras a ataque inimigo e o projeto de lei que as proíbe à defesa da soberania nacional, expressa uma visão irônica que se confirma nas sugestões ao longo do texto, totalmente incabíveis, pois a língua decorre de um processo natural de comunicação que não se impõe por decreto nem proibições.

Resposta da questão 19:
 [A]

A substituição da preposição “de” por “em” transforma o adjunto adnominal “de rua”, que caracteriza o menino, em adjunto adverbial de lugar, “na rua”, ou seja, indica a localização e não a qualidade.

Resposta da questão 20:
 [E]

O texto I noticia a situação precária de um trabalhador que se vê obrigado a aceitar um emprego não correspondente a sua formação e com salário menor, a fim de fazer frente às despesas. O texto II aponta para uma possível explicação do fato, pois “atualmente”, dada a competição acirrada na área laboral, quanto mais baixa a qualificação, menor é a taxa de empregabilidade.

domingo, 23 de abril de 2017

Primeiro simulado modelo ENEM

1. (Enem 2014)  O boxe está perdendo cada vez mais espaço para um fenômeno relativamente recente do esporte, o MMA. E o maior evento de Artes Marciais Mistas do planeta é o Ultimate Fighting Championship, ou simplesmente UFC. O ringue, com oito cantos, foi desenhado para deixar os lutadores com mais espaço para as lutas. Os atletas podem usar as mãos e aplicar golpes de jiu-jitsu. Muitos podem falar que a modalidade é uma espécie de vale-tudo, mas isso já ficou no passado: agora, a modalidade tem regras e acompanhamento médico obrigatório para que o esporte apague o estigma negativo.

CORREIA, D. “UFC: saiba como o MMA nocauteou o boxe em oito golpes”. Veja, 10 jun. 2011 (fragmento).

O processo de modificação das regras do MMA retrata a tendência de redimensionamento de algumas práticas corporais, visando enquadrá-las em um determinado formato. Qual o sentido atribuído a essas transformações incorporadas historicamente ao MMA?
a) A modificação das regras busca associar valores lúdicos ao MMA, possibilitando a participação de diferentes populações como atividade de lazer.   
b) As transformações do MMA aumentam o grau de violência das lutas, favorecendo a busca de emoções mais fortes tanto aos competidores como ao público.   
c) As mudanças de regras do MMA atendem à necessidade de tornar a modalidade menos violenta, visando sua introdução nas academias de ginástica na dimensão da saúde.   
d) As modificações incorporadas ao MMA têm por finalidade aprimorar as técnicas das diferentes artes marciais, favorecendo o desenvolvimento da modalidade enquanto defesa pessoal.   
e) As transformações do MMA visam delimitar a violência das lutas, preservando a integridade dos atletas e enquadrando a modalidade no formato do esporte de espetáculo.   
  
2. (Enem 2014)  No Brasil, a origem do funk e do hip-hop remonta aos anos 1970, quando da proliferação dos chamados “bailes black” nas periferias dos grandes centros urbanos. Embalados pela black music americana, milhares de jovens encontravam nos bailes de final de semana uma alternativa de lazer antes inexistente. Em cidades como o Rio de Janeiro ou São Paulo, formavam-se equipes de som que promoviam bailes onde foi se disseminando um estilo que buscava a valorização da cultura negra, tanto na música como nas roupas e nos penteados. No Rio de Janeiro ficou conhecido como “Black Rio”. A indústria fonográfica descobriu o filão e, lançando discos de “equipe” com as músicas de sucesso nos bailes, difundia a moda pelo restante do país.

DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005.

A presença da cultura hip-hop no Brasil caracteriza-se como uma forma de
a) lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas nas periferias urbanas.   
b) entretenimento inventada pela indústria fonográfica nacional.   
c) subversão de sua proposta original já nos primeiros bailes.   
d) afirmação de identidade dos jovens que a praticam.   
e) reprodução da cultura musical norte-americana.   
  
3. (Enem 2014)  Linotipos

O Museu da Imprensa exibe duas linotipos. Trata-se de um tipo de máquina de composição de tipos de chumbo, inventada em 1884 em Baltimore, nos Estados Unidos, pelo alemão Ottmar Mergenthaler. O invento foi de grande importância por ter significado um novo e fundamental avanço na história das artes gráficas. A linotipia provocou, na verdade, uma revolução porque venceu a lentidão da composição dos textos executada na tipografia tradicional, em que o texto era composto à mão, juntando tipos móveis um por um. Constituía-se, assim, no principal meio de composição tipográfica até 1950. A linotipo, a partir do final do século XIX, passou a produzir impressos a baixo custo, o que levou informação às massas, democratizou a informação. Promoveu uma revolução na educação. Antes da linotipo, os jornais e revistas eram escassos, com poucas páginas e caros. Os livros didáticos eram também caros, pouco acessíveis.

Disponível em: http://portal.in.gov.br. Acesso em: 23 fev. 2013 (adaptado).

O texto apresenta um histórico da linotipo, uma máquina tipográfica inventada no século XIX e responsável pela dinamização da imprensa. Em termos sociais, a contribuição da linotipo teve impacto direto na
a) produção vagarosa de materiais didáticos.   
b) composição aprimorada de tipos de chumbo.   
c) montagem acelerada de textos para impressão.   
d) produção acessível de materiais informacionais.   
e) impressão dinamizada de imagens em revistas.   
  
4. (Enem 2001)  Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:

            "A terra é mui graciosa,
            Tão fértil eu nunca vi.
            A gente vai passear,
            No chão espeta um caniço,
            No dia seguinte nasce
            Bengala de castão de oiro.
            Tem goiabas, melancias,
            Banana que nem chuchu.
            Quanto aos bichos, tem-nos muito,
            De plumagens mui vistosas.
            Tem macaco até demais
            Diamantes tem à vontade
            Esmeralda é para os trouxas.
            Reforçai, Senhor, a arca,
            Cruzados não faltarão,
            Vossa perna encanareis,
            Salvo o devido respeito.
            Ficarei muito saudoso
            Se for embora daqui".

                        MENDES, Murilo. "Murilo Mendes - poesia completa e prosa." Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994.

Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em:
a) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais   
b) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca   
c) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso   
d) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro   
e) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade   

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O CANTO DO GUERREIRO

            Aqui na floresta
            Dos ventos batida,
            Façanhas de bravos
            Não geram escravos,
            Que estimem a vida
            Sem guerra e lidar.
            - Ouvi-me, Guerreiros,
            - Ouvi meu cantar.

            Valente na guerra,
            Quem há, como eu sou?
            Quem vibra o tacape
            Com mais valentia?
            Quem golpes daria
            Fatais, como eu dou?
            - Guerreiros, ouvi-me;
            - Quem há, como eu sou?

            Gonçalves Dias.


MACUNAÍMA
(Epílogo)
           
            Acabou-se a história e morreu a vitória.
            Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?

Mário de Andrade.


5. (Enem 2007)  Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se que
a) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto.   
b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo, predomina a linguagem formal.   
c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem indígena.   
d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da linguagem e, no segundo, no relato de informações reais.   
e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no segundo texto, está ausente no primeiro.   
  
6. (Enem 2010)  MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.

Campanha publicitária de loja de eletroeletrônicos. Revista Época. N.° 424, 03 de jul. 2006.

Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo configurações específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é:
a) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que visam à adesão ao consumo.   
b) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.   
c) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder aquisitivo.   
d) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente
desfavorecidas.   
e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a maquina, mesmo a mais moderna.   
  
7. (Enem 2010)  Câncer 21/06 a 21/07

            O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O que ficou guardado virá à tona para ser transformado, pois este novo ciclo exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará de energia para se recompor. Há preocupação com a família, e a comunicação entre os irmãos trava.
            Lembre-se: palavra preciosa e palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida amorosa, que será testada.
            Melhor conter as expectativas e ter calma, avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança virá da intimidade com os assuntos da alma.

Revista Cláudia. N.° 7, ano 48, jul. 2009.

O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função social específica, seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum relacionam-se aos conhecimentos construídos socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que sua função é
a) vender um produto anunciado.   
b) informar sobre astronomia.   
c) ensinar os cuidados com a saúde.   
d) expor a opinião de leitores em um jornal.   
e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.   
  
8. (Enem 2010)  A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações.

DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Predomina no texto a função da linguagem
a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia.   
b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação.   
c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem,   
d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.   
e) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.   

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:
Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto "Aí, Galera", de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte.

AÍ, GALERA
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo "estereotipação"? E, no entanto, por que não?
- Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
- Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
- Como é?
- Aí galera.
- Quais são as instruções do técnico?
- Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
- Ahn?
- É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
- Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
- Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
- Pode.
- Uma saudação para a minha progenitora.
- Como é?
- Alô, mamãe!
- Estou vendo que você é um, um...
- Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
- Estereoquê?
- Um chato?
- Isso.

(Correio Braziliense, 13/05/1998)


9. (Enem 1998)  O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre a língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma INADEQUADA da linguagem usada ao contexto:
a) "o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito" - um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.   
b) "E aí, ô meu! Como vai essa força? " - um jovem que fala para um amigo.   
c) "Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação" - alguém comenta em uma reunião de trabalho.   
d) "Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa" - alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.   
e) "Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros" - um professor universitário em um congresso internacional.   
  
10. (Enem 1998)  O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:
a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à sua mãe.   
b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado.   
c) o uso da expressão "galera", por parte do entrevistador, e da expressão "progenitora", por parte do jogador.   
d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra "estereotipação", e a fala do jogador em "é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça".   
e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.   
  
11. (Enem 1998)  A expressão "pegá eles sem calça" poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por:
a) pegá-los na mentira.   
b) pegá-los desprevenidos.   
c) pegá-los em flagrante.   
d) pegá-los rapidamente.   
e) pegá-los momentaneamente.   
  
12. (Enem 1999)  Leia um texto publicado no jornal Gazeta Mercantil. Esse texto é parte de um artigo que analisa algumas situações de crise no mundo, entre elas, a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, e foi publicado na época de uma iminente crise financeira no Brasil.

Deu no que deu. No dia 29 de outubro de 1929, uma terça-feira, praticamente não havia compradores no pregão de Nova Iorque, só vendedores. Seguiu-se uma crise incomparável: o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos caiu de 104 bilhões de dólares em 1929, para 56 bilhões em 1933, coisa inimaginável em nossos dias. O valor do dólar caiu a quase metade. O desemprego elevou-se de 1,5 milhão para 12,5 milhões de trabalhadores - cerca de 25% da população ativa - entre 1929 e 1933. A construção civil caiu 90%. Nove milhões de aplicações, tipo caderneta de poupança, perderam-se com o fechamento dos bancos. Oitenta e cinco mil firmas faliram. Houve saques e norte-americanos que passaram fome.

            (Gazeta Mercantil, 05/01/1999)

Ao citar dados referentes à crise ocorrida em 1929, em um artigo jornalístico atual, pode-se atribuir ao jornalista a seguinte intenção:
a) questionar a interpretação da crise.   
b) comunicar sobre o desemprego.   
c) instruir o leitor sobre aplicações em bolsa de valores.   
d) relacionar os fatos passados e presentes.   
e) analisar dados financeiros americanos.   
  
13. (Enem 1999)  Leia o texto a seguir.

Cabelos longos, brinco na orelha esquerda, físico de skatista. Na aparência, o estudante brasiliense Rui Lopes Viana filho, de 16 anos, não lembra em nada o estereótipo dos gênios. Ele não usa pesados óculos de grau está longe de ter um ar introspectivo. No final do mês passado, Rui retornou de Taiwan, onde enfrentou 419 competidores de todo o mundo na 39a Olimpíada Internacional de Matemática. A reluzente medalha de ouro que ele trouxe na bagagem está dependurada sobre a cama de seu quarto, atulhado de rascunhos dos problemas matemáticos que aprendeu a decifrar nos últimos cinco anos.

Veja - Vencer uma olimpíada serve de passaporte para uma carreira profissional meteórica?

Rui - Nada disso. Decidi me dedicar à Olimpíada porque sei que a concorrência por um emprego é cada vez mais selvagem e cruel. Agora tenho algo a mais para oferecer. O problema é que as coisas estão mudando muito rápido e não sei qual será minha profissão. Além de ser muito novo para decidir sobre o meu futuro profissional, sei que esse conceito de carreira mudou muito.
(Entrevista de Rui Lopes Viana Filho à Veja, 05/08/1998, nº.31, p.9-10)

Na pergunta, o repórter estabelece uma relação entre a entrada do estudante no mercado de trabalho e a vitória na Olimpíada. O estudante
a) concorda com a relação e afirma que o desempenho na Olimpíada é fundamental para sua entrada no mercado.   
b) discorda da relação e complementa que é fácil se fazer previsões sobre o mercado de trabalho.   
c) discorda da relação e afirma que seu futuro profissional independe de dedicação aos estudos.   
d) discorda da relação e afirma que seu desempenho só é relevante se escolher uma profissão relacionada à matemática.   
e) concorda em parte com a relação e complementa que é complexo fazer previsões sobre o mercado de trabalho.   
  
14. (Enem 1999)  E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.

            (BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 20a ed.)

O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem Braga:

O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente de homem, apanhado no essencial, narrativa direta e econômica. (...) É o poeta do real, do palpável, que se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da realidade e o remédio para ela.

Em seu texto, Rubem Braga afirma que "este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos". Afirmação semelhante pode ser encontrada no texto de Calos Drummond de Andrade, quando, ao analisar a obra de Braga, diz que ela é
a) uma narrativa direta e econômica.   
b) real, palpável.   
c) sentimento de realidade.   
d) seu expediente de homem.   
e) seu remédio.   

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
O autor do texto abaixo critica, ainda que em linguagem metafórica, a sociedade contemporânea em relação aos seus hábitos alimentares.

"Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava Ieite em garrafa, na leiteira da esquina? (...)
Mas vocês não se lembram de nada, pô? Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite - leite em pacote, imagina, Tereza! - na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado, ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite?  No dicionário diz que leite é outra coisa: 'Líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais'. Um alimento pra ninguém botar defeito.  O ser humano o usa há mais de 5.000 anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite. Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!"
(FERNANDES, Millôr. O Estado de S. Paulo, 22 de agosto de 1999)


15. (Enem 2000)  A crítica do autor é dirigida:
a) ao desconhecimento, pelas novas gerações, da importância do leiteiro para a economia nacional.   
b) à diminuição da produção de leite após o desenvolvimento de tecnologias que têm substituído os produtos naturais por produtos artificiais.   
c) à artificialização abusiva de alimentos tradicionais, com perda de critério para julgar sua qualidade e sabor.   
d) permanência de hábitos alimentares a partir da revolução agrícola e da domesticação de animais iniciada há 5.000 anos.   
e) à importância dada ao pacote de leite para a conservação de um produto perecível e que necessita de aperfeiçoamento tecnológico.   
  
16. (Enem 2000)  A palavra embromatologia usada pelo autor é:
a) um termo científico que significa estudo dos bromatos.   
b) uma composição do termo de gíria "embromação" (enganação) com bromatologia, que é o estudo dos alimentos.   
c) uma junção do termo de gíria "embromação" (enganação) com lactologia, que é o estudo das embalagens para leite.   
d) um neologismo da química orgânica que significa a técnica de retirar bromatos dos laticínios.   
e) uma corruptela de termo da agropecuária que significa a ordenha mecânica.   
  
17. (Enem 2001)  Os textos referem-se à integração do índio à chamada civilização brasileira.

I. "Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas de um pensamento que separa e que tenta nos eliminar cultural, social e até fisicamente. A justificativa é a de que somos apenas 250 mil pessoas e o Brasil não pode suportar esse ônus. (...) É preciso congelar essas ideias colonizadoras, porque elas são irreais e hipócritas e também genocidas. (...) Nós, índios, queremos falar, mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos costumes."

            (Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal Articulador dos Direitos Indígenas na ONU e fundador das Nações Indígenas, Folha de S. Paulo, 31 de agosto de 1994.)

II. "O Brasil não terá índios no final do século XXI (...) E por que isso? Pela razão muito simples que consiste no fato de o índio brasileiro não ser distinto das demais comunidades primitivas que existiram no mundo. A história não é outra coisa senão um processo civilizatório, que conduz o homem, por conta própria ou por difusão da cultura, a passar do paleolítico ao neolítico e do neolítico a um estágio civilizatório."

            (Hélio Jaguaribe, cientista político, Folha de S. Paulo, 2 de setembro de 1994.)

Pode-se afirmar, segundo os textos, que
a) tanto Terena quanto Jaguaribe propõem ideias inadequadas, pois o primeiro deseja a aculturação feita pela "civilização branca", e o segundo, o confinamento de tribos.   
b) Terena quer transformar o Brasil numa terra só de índios, pois pretende mudar até mesmo a língua do país, enquanto a ideia de Jaguaribe é anticonstitucional, pois fere o direito à identidade cultural dos índios.   
c) Terena compreende que a melhor solução é que os brancos aprendam a língua tupi para entender melhor o que dizem os índios. Jaguaribe é de opinião que, até o final do século XXI, seja feita uma limpeza étnica no Brasil.   
d) Terena defende que a sociedade brasileira deve respeitar a cultura dos índios e Jaguaribe acredita na inevitabilidade do processo de aculturação dos índios e de sua incorporação à sociedade brasileira.   
e) Terena propõe que a integração indígena deve ser lenta, gradativa e progressiva, e Jaguaribe propõe que essa integração resulte de decisão autônoma das comunidades indígenas.   
  
18. (Enem 2002)  Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como "shopping center", "delivery" e "drive-through" sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber:

......
- Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer "Tu vai" em espaços públicos do território nacional;
- Nenhum cidadão paulista poderá dizer "Eu lhe amo" e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como "Me vê um chopps e dois pastel";

......
- Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra "borraxaria" e nenhum dono de banca de jornal anunciará "Vende-se cigarros";

......
- Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como "casar-me-ei" ou "ver-se-ão".

            (PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 8/04/2001.)

No texto acima, o autor
a) mostra-se favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser protegida contra deturpações de uso.   
b) ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais da língua.   
c) denuncia o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal pelo falante brasileiro.   
d) revela-se preconceituoso em relação a certos registros linguísticos ao propor medidas que os controlem.   
e) defende o ensino rigoroso da gramática para que todos aprendam a empregar corretamente os pronomes.   
  
19. (Enem 2002)  A crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da sociedade em que vivemos.

"Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora.
Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. (...) Na verdade não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê."
            (COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.)

No terceiro parágrafo em "... não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua.", a troca de De pelo Na determina que a relação de sentido entre "menino" e "rua" seja
a) de localização e não de qualidade.   
b) de origem e não de posse.   
c) de origem e não de localização.   
d) de qualidade e não de origem.   
e) de posse e não de localização.   
  
20. (Enem 2005)  Leia os textos a seguir:

I - A SITUAÇÃO DE UM TRABALHADOR
Paulo Henrique de Jesus está há quatro meses desempregado. Com o Ensino Médio completo, ou seja, 11 anos de estudo, ele perdeu a vaga que preenchia há oito anos de encarregado numa transportadora de valores, ganhando R$ 800,00. Desde então, e com 50 currículos já distribuídos, só encontra oferta para ganhar R$300,00, um salário mínimo. Ele aceitou trabalhar por esse valor, sem carteira assinada, como garçom numa casa de festas para fazer frente às despesas.
            (O Globo, 20/07/2005.)

II - UMA INTERPRETAÇÃO SOBRE O ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO
Atualmente, a baixa qualificação da mão de obra é um dos responsáveis pelo desemprego no Brasil.

A relação que se estabelece entre a situação (I) e a interpretação (II) e a razão para essa relação aparece em:
a) II explica I - Nos níveis de escolaridade mais baixos há dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.   
b) I reforça II - Os avanços tecnológicos da Terceira Revolução Industrial garantem somente o acesso ao trabalho para aqueles de formação em nível superior.   
c) I desmente II - O mundo globalizado promoveu desemprego especialmente para pessoas entre 10 e 15 anos de estudo.   
d) II justifica I - O desemprego estrutural leva a exclusão de trabalhadores com escolaridade de nível médio incompleto.   
e) II complementa I - O longo período de baixo crescimento econômico acirrou a competição, e pessoas de maior escolaridade passam a aceitar funções que não correspondem a sua formação.