domingo, 25 de junho de 2017
SIMULADO ESCOLA NAVAL- LP
A CASA DAS ILUSÕES PERDIDAS
Quando ela
anunciou que estava grávida, a primeira reação dele foi de desagrado, logo
seguida de franca irritação. Que coisa, disse, você não podia tomar cuidado,
engravidar logo agora que estou desempregado, numa pior, você não tem cabeça
mesmo, não sei o que vi em você, já deveria ter trocado de mulher havia muito
tempo. Ela, naturalmente, chorou, chorou muito. Disse que ele tinha razão, que
aquilo fora uma irresponsabilidade, mas mesmo assim queria ter o filho. Sempre
sonhara com isso, com a maternidade - e agora que o sonho estava prestes a se
realizar, não deixaria que ele se desfizesse.
- Por
favor, suplicou. - Eu faço tudo que você quiser, eu dou um jeito de arranjar
trabalho, eu sustento o nenê, mas, por favor, me deixe ser mãe.
Ele disse
que ia pensar. Ao fim de três dias daria a resposta. E sumiu.
Voltou,
não ao cabo de três dias, mas de três meses. Àquela altura ela já estava com
uma barriga avantajada que tornava impossível o aborto; ao vê-lo, esqueceu a
desconsideração, esqueceu tudo - estava certa de que ele vinha com a mensagem
que tanto esperava, você pode ter o nenê, eu ajudo você a criá-lo.
Estava
errada. Ele vinha, sim, dizer-lhe que podia dar à luz a criança; mas não para
ficar com ela. Já tinha feito o negócio: trocariam o recém-nascido por uma
casa. A casa que não tinham e que agora seria o lar deles, o lar onde - agora
ele prometia - ficariam para sempre.
Ela ficou
desesperada. De novo caiu em prantos, de novo implorou. Ele se mostrou
irredutível. E ela, como sempre, cedeu.
Entregue a
criança, foram visitar a casa. Era uma modesta construção num bairro popular.
Mas era o lar prometido e ela ficou extasiada. Ali mesmo, contudo, fez uma
declaração:
- Nós vamos
encher esta casa de crianças. Quatro ou cinco, no mínimo.
Ele não
disse nada, mas ficou pensando. Quatro ou cinco casas, aquilo era um bom
começo.
(Moacyr
Scliar, Folha de S.Paulo, 14.06.1999.)
1-No texto, a idéia de ilusões perdidas diz respeito à
a) realização da maternidade que, na verdade, não atinge a
sua plenitude.
b) desolação da jovem mãe ao ver que a casa recebida não
era luxuosa como concebera.
c) alegria da mãe com a casa e à superação da tristeza pela
doação da criança.
d) melancolia da mãe por programar todas as crianças que
teria para trocar por casas.
e) certeza do homem de que a mulher não formará com ele um
lar na casa nova.
2-O casal age de modo contrário aos sentimentos comuns de
justiça e dignidade. No contexto da narrativa, tais comportamentos explicam-se
a) pela falta de amor que há entre a mulher e o
companheiro, fazendo com que tudo que os rodeia se torne um negócio vantajoso.
b) pelo amor exagerado que a mulher sente e pela confusão
de sentimentos que o companheiro vive na descoberta desse amor.
c) pelo ódio exagerado que a mulher sente do companheiro e
pela forma displicente e pouco amável como ele a vê.
d) pela submissão exagerada da mulher ao companheiro e pela
forma mesquinha e interesseira como ele resolve as coisas.
e) pela forma irresponsável com que a mulher age em relação
ao companheiro, o que o faz tomar atitudes impensadas.
3-"Ele não disse nada, mas ficou pensando. Quatro ou
cinco casas, aquilo era um bom começo."
As duas frases finais do texto deixam evidente que ter mais
filhos
a) é uma possibilidade pouco atraente para o casal que, por
hora, já conquistou algo à custa de sofrimento.
b) será para o casal uma forma de alcançar a felicidade, já
que a mulher e seu companheiro poderão ter a casa cheia de crianças.
c) pode tornar-se lucrativo na ótica do companheiro, embora
a mulher ainda veja isso com olhos sonhadores.
d) se torna uma forma de compensar o episódio pouco feliz
da doação do primeiro filho do casal.
e) não alteraria em nada a vida do casal, já que não
haveria como fazer os dois esquecerem a criança doada.
TEXTO 2
APRENDA A FALAR DIFÍCIL
Em minha
empresa, parece que o povo, do gerente para cima, fala outro idioma. Por que as
pessoas ficam inventando expressões estranhas ou usando palavras estrangeiras,
quando é muito mais fácil falar português?
Lélio, São Caetano, SP
Para
impressionar, Lélio. As pessoas que complicam o vocabulário fazem isso com dois
propósitos bem claros. O primeiro é financeiro. "Falar abobrinha"
pode ser sinônimo de "Verbalizar cucurbitáceas", mas a segunda turma,
via de regra, ganha mais. Você mesmo confirmou isso, ao dizer:
"de
gerente para cima". O segundo motivo é se proteger. Através dos tempos,
cada profissão foi desenvolvendo sua maneira particular de se expressar.
Economista fala diferente de advogado, que fala diferente de engenheiro, que
fala diferente de psicólogo, e todos eles falam diferente de nós. Quanto mais
complicado uma pessoa fala, mais fácil ela poderá depois explicar: "Não
foi bem isso que eu disse". Na prática, a coisa funciona assim. Se você
tiver uma pergunta - qualquer pergunta - e consultar alguém de Marketing,
ouvirá como resposta que é preciso "fazer um brainstorming e extrapolar os
dados". Alguém de Recursos Humanos dirá que, "enquanto seres funcionais,
temos de vivenciar parâmetros holísticos". Um engenheiro opinaria que a
coisa se deve a fatores inerciais de natureza não-técnica". E uma pessoa
de Sistemas diria que a empresa está "num processo de reformulação de
conteúdo". E assim por diante.
Essa foi
uma grande lição que aprendi na vida corporativa. Quando tinha alguma dúvida,
perguntava a um Diretor. E aprendia uma palavra nova. Aí, ia me informar com o
Seu Anísio da Portaria. Porque ele era o único capaz de me explicar direitinho
a situação. "É, vem chumbo grosso por aí".
Portanto,
Lélio, e para bem de sua carreira, sugiro que você comece a aprender esses
"idiomas estranhos". Falando de maneira simples, e sendo entendido
por todos, você chegará, no máximo, a Supervisor. Adotando uma verbalização
direcional intrínseca, poderá chegar a Diretor.
(GEHRINGER,
Max. "Sua carreira. Época", São Paulo: Editora Globo, n. 411, 3
abr. 2006, p. 67).
4-Na pergunta do leitor, há uma concepção de língua
portuguesa que
a) rejeita as variações de caráter técnico-profissional, por
considerá-las desnecessárias.
b) defende o uso da língua padrão nas atividades
profissionais, por sugerir mais status.
c) expressa um preconceito com o falar coloquial, por
relacioná-lo às classes populares.
d) incorpora o uso de palavras estrangeiras como necessário
à comunicação.
e) considera as mudanças de estilo uma conseqüência
inevitável das diferentes personalidades.
5-O conselho para que Lélio "adote uma verbalização
direcional intrínseca" pode ser parafraseado por:
a) assuma uma linguagem objetiva.
b) prefira uma retórica rebuscada.
c) use um jargão adequado.
d) escolha uma comunicação atraente.
e) utilize uma fala despojada.
6-Na elaboração da resposta, o consultor Max Gehringer
sugere que
a) o profissional deve manter em situações discursivas informais
a mesma linguagem própria da área na qual atua.
b) diferentes enunciados têm um mesmo significado e sua
expressão independe das características da profissão.
c) uma mesma informação pode ser veiculada por enunciados
diferentes, dependendo do papel social exercido pelo locutor.
d) os funcionários de uma empresa devem ser prolixos em
todas as situações que envolvam comunicação com clientes.
e) um mesmo enunciado pode desencadear diferentes reações
no interlocutor quando proferido em espaço de trabalho.
7-Resumindo-se os motivos apresentados no texto para
explicar a complicação do vocabulário, "falar difícil" funciona como
a) marca de poder aquisitivo e mecanismo de autopreservação
profissional.
b) maneira de separar funcionários e patrões e tática de garantia
da produtividade.
c) meio para aumentar lucros e artimanha para impedir as
idéias dos concorrentes.
d) garantia de competência técnica e recurso para valorizar
os ouvintes.
e) indicador da competição entre funcionários e instrumento
de aproximação dos clientes.
TEXTO 3
No início do século XVI, Maquiavel escreveu O PRÍNCIPE -
uma célebre análise do poder político, apresentada sob a forma de lições,
dirigidas ao príncipe Lorenzo de Médicis. Assim justificou Maquiavel o caráter
professoral do texto:
Não quero
que se repute presunção o fato de um homem de baixo e ínfimo estado discorrer e
regular sobre o governo dos príncipes; pois assim como os [cartógrafos] que
desenham os contornos dos países se colocam na planície para considerar a
natureza dos montes, e para considerar a das planícies ascendem aos montes,
assim também, para conhecer bem a natureza dos povos, é necessário ser
príncipe, e para conhecer a dos príncipes é necessário ser do povo.
(Tradução
de Lívio Xavier, adaptada.)
8-Ao justificar a autoridade com que pretende ensinar um
príncipe a governar, Maquiavel compara sua missão à de um cartógrafo para
demonstrar que
a) o poder político deve ser analisado tanto do ponto de
vista de quem o exerce quanto do de quem a ele está submetido.
b) é necessário e vantajoso que tanto o príncipe como o
súdito exerçam alternadamente a autoridade do governante.
c) um pensador, ao contrário do que ocorre com um
cartógrafo, não precisa mudar de perspectiva para situar posições
complementares.
d) as formas do poder político variam, conforme sejam
exercidas por representantes do povo ou por membros da aristocracia.
e) tanto o governante como o governado, para bem
compreenderem o exercício do poder, devem restringir-se a seus respectivos
papéis.
9-Está redigido com clareza, coerência e correção o
seguinte comentário sobre o texto:
a) Temendo ser qualificado de presunçoso, Maquiavel achou
por bem defrontar sua autoridade intelectual, tipo um cartógrafo habilitado a
desenhar os contrastes de uma região.
b) Maquiavel, embora identificando-se como um homem de
baixo estado, não deixou de justificar sua autoridade diante do príncipe, em
cujos ensinamentos lhe poderiam ser de grande valia.
c) Manifestando uma compreensão dialética das relações de
poder, Maquiavel não hesita em ministrar ao príncipe, já ao justificar o livro,
uma objetiva lição de política.
d) Maquiavel parece advertir aos poderosos de que não se
menospreze as lições de quem sabe tanto analisar quanto ensinar o comportamento
de quem mantenha relações de poder.
e) Maquiavel, apesar de jamais ter sido um governante em
seu livro tão perspicaz, soube se investir nesta função, e assim justificar-se
diante de um príncipe autêntico.
TEXTO
O mito é
uma explicação das origens do homem, do mundo, da linguagem; explica o sentido
da vida, a morte, a dor, a condição humana. Vive porque responde à angústia do
desconhecido, do inexplicável; dá sentido àquilo que não tem sentido. Enquanto
a ciência não puder explicar a origem das coisas e o seu sentido, haverá lugar
para o pensamento mítico. Será que esse ideal se tornará realidade um dia?
Dificilmente. Como se dará conta dos novos anseios, dos novos desejos do ser
humano? Precisamos das utopias, que, sendo uma espécie de mito pré-construído,
têm a função de organizar e de orientar o futuro.
(FIORIN,
José Luiz, As Astúcias da Enunciação, São Paulo, Ática, 1999)
10.
Levando em conta o que o texto diz sobre o mito, é correto afirmar que:
a) ele é
a única explicação possível para as origens do Universo.
b) ao
explicar a condição humana, ele substitui o pensamento científico.
c) assim
como as utopias, ele tem a função de prever totalmente o futuro.
d) a
angústia do desconhecido contribui para a sobrevivência do mito.
e)
ele dá sentido único ao surgimento do universo.
GABARITO
1.
A
2.
D
3.
C
4.
A
5.
C
6.
C
7.
A
8.
A
9.
C
10. D
Simulado EFOMM
Atenção: As questões de números 1 a 5 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Os investimentos programados para o setor
ferroviário impressionam e, se executados no prazo previsto, darão novo fôlego
aos sistemas de transporte sobre trilhos de cargas e de passageiros, que nos
últimos anos ficaram praticamente esquecidos dos grandes planos públicos e
privados. Até 2014, poderá ser investida em ferrovias quantia bem maior do que
se investiu de 2004 a 2008. Com esses recursos, o Brasil passará a fazer parte
dos países que decidiram investir pesadamente nas ferrovias como forma de
melhorar a circulação de mercadorias e de pessoas, de amenizar os efeitos da
crise global e de gerar empregos.
Embora expressivos, sobretudo se se considerar
que este é um setor carente de aplicações maciças em expansão da malha e
modernização e renovação de equipamentos e de infra-estrutura, esses
investimentos – mesmo que inteiramente realizados de acordo com o cronograma
aprovado – não serão suficientes para recompor o sistema ferroviário que
existia no país na década de 1950. A opção pelo transporte rodoviário, nos anos
seguintes, fez encolher a malha.
Os investimentos previstos para os próximos
anos incluem o trem-bala entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Só nesse
empreendimento – que, se tudo der certo, estará
pronto até a Copa do Mundo de 2014 – serão
investidos 48% do total. Também na área de transporte de passageiros estão na lista
os veículos leves sobre trilhos (VLT), um tipo de metrô de superfície que vai
beneficiar algumas cidades, entre elas, São Paulo, Santos, Brasília. Quanto ao
transporte de cargas por trilhos, há grandes projetos, especialmente em
ferrovias no
Norte e Nordeste do país.
(O Estado de S. Paulo, Notas & Informações,
A3, 25 de setembro de 2009, com adaptações)
1. A leitura do texto permite afirmar corretamente que
(A) o setor ferroviário brasileiro passou a ter maior expressividade
no transporte de cargas e de passageiros, por conta da crise mundial.
(B) a iniciativa privada ainda procura investir
prioritariamente na malha de transporte rodoviário, de maior extensão no país.
(C) a dificuldade na obtenção de investimentos privados prejudicou
a expansão da importante rede de ferrovias existente no país.
(D) os investimentos em áreas de transporte de cargas e de
passageiros são meios importantes para o desenvolvimento de um país.
(E) o transporte rodoviário, ao superar a malha
ferroviária, permitiu um rápido desenvolvimento das regiões brasileiras.
2. Identifica-se no texto
(A) crítica a uma opção desnecessária, tendo em vista a eficiência
do transporte rodoviário brasileiro.
(B) desconfiança quanto à existência de recursos
suficientes para a execução dos planos anunciados.
(C) preocupação em relação à aplicação de altos
investimentos num tipo de transporte já abandonado no Brasil.
(D) apoio incondicional às medidas de expansão e renovação da
malha ferroviária brasileira.
(E) reserva quanto à plena execução dos planos que envolvem
a renovação das ferrovias no Brasil.
3. É correto inferir, com base na referência no 3o
parágrafo à realização da Copa do Mundo, em 2014, que
(A) o tempo para a realização das obras necessárias ao transporte
de passageiros é insuficiente.
(B) o trem-bala, meio de transporte rápido e eficiente, facilitaria
a ligação entre cidades importantes.
(C) o planejamento dos trajetos entre cidades eventualmente
procuradas pelos visitantes apresenta dificuldades.
(D) os recursos necessários para a execução de todos os
projetos já previstos podem não ser suficientes.
(E) a oferta de condições para um rápido desenvolvimento das
ferrovias brasileiras permanece desde 1950.
O assunto principal do texto está contido na expressão:
(A) Expansão do metrô de superfície em cidades brasileiras.
(B) Dificuldades na obtenção de recursos públicos e privados
para ferrovias.
(C) Planos de reposição da extensão da malha ferroviária brasileira.
(D) Concorrência comercial entre transporte rodoviário e ferroviário
no Brasil.
(E) Alterações na malha de transporte de mercadorias e de
pessoas em todo o país.
5. – mesmo que inteiramente realizados de acordo com o cronograma
aprovado –
O segmento entre os travessões tem sentido, no 2o
parágrafo, de
(A) confirmação do real interesse de investidores nos projetos.
(B) condição fundamental para a realização dos planos no
tempo previsto.
(C) especificação dos investimentos necessários à execução das
obras.
(D) ressalva quanto às possibilidades de execução do planejamento.
(E) expectativa de realização dos procedimentos previstos
na malha ferroviária.
GABARITO
1.
D
2.
E
3.
B
4.
C
5.
D
domingo, 18 de junho de 2017
IBMEC 2000- 2ª PARTE
11. Mais importante do que falar correto, é
saber escolher a variante lingüística adequada a cada situação concreta de
comunicação.
Assinale a alternativa em que a variante
lingüística não é compatível com o gênero do texto indicado entre parênteses.
a) “Nada pior para uma boa causa do que maus
defensores: é o que ocorre com a ecologia.” (Introdução a um texto
dissertativo)
b) “Tu que tá acostumado a esculachá os outro e
ganhá os cara na manha, te manca, que a tua hora vai chegá.” ( Ameaça feita por
um morador de periferia a um desafeto da mesma região e classe social)
c) “Onde tem teatro, nós estamos por trás. Nos
últimos quatro anos, a Volkswagen investiu R$ 27 milhões em projetos culturais
como: teatro, música, exposições de arte, cinema e literatura. Não é favor, é
nossa obrigação.” (Anúncio publicitário veiculado em revista de artes)
d) “A história que começou há cinco séculos,
nestas praias de Porto Seguro, deu origem a uma das grandes nações do mundo. Um
país que nos orgulha pelo que já é, e nos inspira e desafia por tudo aquilo que
pode vir a ser. Como toda criança, eu imagino, foi a geografia, antes da
história, que primeiro me deu o sentimento de grandeza do Brasil.” (Discurso de
uma autoridade numa comunicação solene)
e) “Ontem, quando cheguei em casa, aborreci-me
com a notícia de que não havia água. Como agravante, esclareça-se que já faziam
cinco dias que o líqüido precioso nos faltara. Custou-me conciliar com o sono
sem o conforto de um banho.” (Fala de um senhor de estrato social elevado,
apegada à rigidez gramatical)
12. Os sinais de pontuação têm, entre outras, a
função de indicar as correlações entre os termos de uma frase. Muitas vezes,
uma mudança na pontuação reorganiza as palavras da frase, gerando um outro
sentido.
Levando em conta esses dados, leia os seguintes
itens:
I. Evidentemente, ele nos garantiu que seu
cheque tinha fundos.
Evidentemente ele nos garantiu que seu cheque
tinha fundos.
II. A temperatura do mar não é evidentemente
mais baixa do que a da praia.
A temperatura do mar não é, evidentemente, mais
baixa do que a da praia.
III. Os trabalhadores rurais, que não contam
com subsídios do governo, estão à
beira do desespero.
Os trabalhadores rurais que não contam com
subsídios do governo estão à beira do desespero.
Pode-se dizer que a mudança de pontuação
acarreta diferença de sentido:
a) apenas em I.
b) apenas em I e II.
c) apenas em II e III.
d) apenas em III.
e) em I, II e III.
13. Leia com atenção os itens a seguir.
I – Se o governo manter a política agrária
atual, poderão haver outras invasões.
II – Novas ações na justiça são impecilhos para
a privatização do Banespa.
III – Deverão existir outros vírus, como o
“ILOVEYOU”, se não se criarem novas leis para o mundo virtual.
IV – Tratam-se de decisões do governo
americano, esperadas anciosamente por Bill Gates, sobre a divisão da Microsoft.
V – Faltam ainda às escolas recursos bastantes
para implementar a reforma proposta pelo MEC.
Indique aquele(s) que não contém (contêm)
nenhuma transgressão à norma culta escrita, de acordo com o código abaixo:
a) Todas as alternativas estão corretas.
b) Só III e V estão corretas.
c) Só II e IV estão corretas.
d) Só I está correta.
e) Só II e V estão corretas.
14. Os conectores, além do papel de ligar
orações, estabelecem certas relações de significado entre elas. Assinale a
alternativa em que a permutação da conjunção não altera a relação de sentido
entre as frases abaixo:
Algumas escolas não se preocupam com o
alcoolismo, embora o consumo de álcool esteja aumentando consideravelmente
entre os estudantes.
a) Algumas escolas não se preocupam com o
alcoolismo, entretanto o consumo de álcool está aumentando consideravelmente
entre os estudantes.
b) Algumas escolas não se preocupam com o
alcoolismo, porém o consumo de álcool está aumentando consideravelmente entre
os estudantes.
c) O consumo de álcool estará aumentando
consideravelmente entre os estudantes, se algumas escolas não se preocuparem
com o alcoolismo.
d) O consumo de álcool está aumentando
consideravelmente entre os estudantes, mas algumas escolas não se preocupam com
o alcoolismo.
e) Como algumas escolas não se preocupam com o
consumo de álcool, o alcoolismo está aumentando consideravelmente entre os
estudantes.
15. O uso da linguagem para fins de comunicação
imediata, como é comum em textos jornalísticos, exige que o emissor da mensagem
evite incoerências, ambigüidades, imprecisões lexicais, contradições, enfim,
qualquer ruído que exija desnecessário esforço de interpretação.
Leia as alternativas seguintes e assinale
aquela que não apresente nenhuma das imperfeições apontadas acima,
descartando-se a hipótese de ironia ou de humor.
a) Quero falar para as meninas que têm o mesmo
sonho para não desistirem.
Todo sonho corre o risco de um dia virar
realidade. (revista Viva Mais, n. 30, p. 18)
b) Sou fã nova deles e acho que cada um faz o
que quer. Antes eu escutava Raimundos mas não curtia. Agora que tem as baladas,
prefiro muito mais. (revista Capricho, n. 832, p. 80)
c) Será que o mundo vai acabar mais uma vez? –
Um alinhamento de planetas atiça os magos de plantão. (revista Viva Mais, n.
31, p. 44)
d) Ele nunca se abalou com o preconceito porque
acredita na força de um amor que já dura cinco anos. (revista Capricho, n. 832,
p. 30)
e) E, uma vez caído de amores por Márcia,
Chitão passou a se sentir mais jovem. E mais vaidoso. Há um mês sofreu uma
recauchutagem: fez uma lipoaspiração na barriga e uma cirurgia plástica no
rosto. (revista Contigo, n.1277, p. 30)
16. Em maio de 2000, foi lançado Cruz e Sousa –
Poeta do Desterro, de Sylvio Back,
cinebiografia de um dos mais importantes
autores da Literatura Brasileira. Cruz e Sousa, em 1893, publicou duas obras
que introduziram uma nova poética na Literatura Brasileira. Quais foram as
obras e qual a estética que elas inauguraram?
a) Canaã e Os Sertões; Pré-Modernismo
b) Broquéis e Missal; Simbolismo
c) Paulicéia Desvairada e O Ritmo Dissoluto;
Modernismo
d) Tarde e Aleluias; Parnasianismo
e) Primeiros Cantos e Vozes d’África;
Romantismo
Leia o
texto publicado a seguir, para responder à questão 17:
“Já não sei o que sou,
nem que faço, nem o que desejo! Espedaçam-me mil comoções contrárias... Há lá
mais lastimoso estado! Amo-te perdidamente e
modero-me o bastante para não desejar que sejas
assim tão atribulado...”
(fragmento de uma de carta escrita por
Sóror Mariana Alcoforado e dirigida ao
Conde de Chamilly, seu amante)
17. Com base no texto, assinale a alternativa
correta:
a) Pela composição formal, o texto é
representativo do gênero lírico do Trovadorismo medieval.
b) Pelo tom solene, o texto é representativo do
gênero épico, característico do Classicismo em Portugal.
c) Por apresentar o ser humano em conflito,
dilacerado por sentimentos antitéticos, o texto é representativo do Barroco.
d) Por apresentar ambiente bucólico, sugestivo
de tranqüilidade e de paz de espírito, o texto é representativo do Arcadismo.
e) Por explorar a noção de antropocentrismo,
tão cara ao Humanismo, o texto é representativo do gênero dramático.
18. Leia o fragmento poético abaixo transcrito
e assinale a alternativa incorreta a seu respeito.
...................................................................
Ó pátria, desperta... Não curves a fronte
Que enxuga-te os prantos o Sol do Equador.
Não miras na fímbria do vasto horizonte
A luz da alvorada de um dia melhor?
Já falta bem pouco. Sacode a cadeia
Que chamam riquezas... que nódoas te são!
Não manches a folha de tua epopéia
No sangue do escravo, no imundo balcão.
Sê pobre, que importa! Sê livre... é gigante,
Bem como os condores dos píncaros teus!
Arranca este peso das costas do Atlante,
Levanta o madeiro dos ombros de Deus.
a) Os versos lidos trazem a marca da poesia
retórica, inspirada no liberalismo de apelo humanitário.
b) Os efeitos dramáticos que o texto produz são
provocados pelo uso dos verbos no imperativo, pela apóstrofe e pelo tom
exortativo das exclamações.
c) No verso “Não manches a folha de tua
epopéia”, o poeta procura lembrar à pátria que a história do país não deveria
ser manchada com o tráfico de escravos.
d) O autor dos versos é Castro Alves que,
imbuído dos ideais do liberalismo, produziu uma poesia chamada condoreira, que
se empenha na exploração de temas políticos.
e) Inconformado com o preconceito racial de que
era vítima, por ser mestiço de negro, branco e índio, Gonçalves Dias exorta,
nesses versos, a necessidade da abolição da escravatura.
19. Assinale a alternativa que preenche
corretamente as lacunas do texto abaixo:
O traço diferente, que
predominou em muitos escritores a partir dos anos de 1860 e 1870, foi o que se
chamou _____________, termo que é também aplicável a obras de várias épocas,
mas que recebeu então um sentido próprio e de certo modo legítimo, sob a
influência dos novos rumos das ciências naturais. Nesse sentido restrito,
significa o tipo de ____________ que procura explicar cientificamente a conduta
e o modo de ser das personagens por meio dos fatores externos, de natureza
biológica e sociológica, que condicionam a vida humana.
(Antonio Candido e José Aderaldo
Castello)
a) Naturalismo; Realismo
b) Realismo; romance
c) Realismo; Naturalismo
d) Romantismo; Realismo
e) Naturalismo; Romantismo
Leia o
poema seguinte, para responder à questão 20:
Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.
20. Neste auto-retato, composto em 1948, na
ironia desencantada, no sorriso do “poeta menor” frustrado, na mistura sofrida
de cotidiano e de eterno, pode-se entrever o perfil desse “tísico
profissional”, que para muitos de seus contemporâneos foi o maior poeta do
Modernismo no Brasil. As referências se aplicam a:
a) Oswald de Andrade
b) Mário de Andrade
c) Carlos Drummond de Andrade
d) Manuel Bandeira
e) João Cabral de Melo Neto
GABARITO
11. e
12. c
13. b
14. d
15. d
16. b
17. c
18. e
20. d
IBMEC 2000
Leia atentamente o texto abaixo para responder
às questões 1 e 2.
O mito é uma explicação
das origens do homem, do mundo, da linguagem; explica o sentido da vida, a
morte, a dor, a condição humana. Vive porque responde à angústia do
desconhecido, do inexplicável; dá sentido àquilo que não tem sentido. Enquanto
a ciência não puder explicar a origem das coisas e o seu sentido, haverá lugar
para o pensamento mítico. Será que esse ideal se tornará realidade um dia? Dificilmente.
Como se dará conta dos novos anseios, dos novos desejos do ser humano?
Precisamos das utopias, que, sendo uma espécie de mito pré-construído, têm a
função de organizar e de orientar o futuro.
(FIORIN, José Luiz, As Astúcias da
Enunciação, São Paulo, Ática, 1999)
1. Levando em conta o que o texto diz sobre o
mito, é correto afirmar que:
a) ele é a única explicação possível para as
origens do Universo.
b) ao explicar a condição humana, ele substitui
o pensamento científico.
c) assim como as utopias, ele tem a função de
prever totalmente o futuro.
d) a angústia do desconhecido contribui para a
sobrevivência do mito.
e) ele dá sentido àquilo que já foi explicado
pela linguagem.
2. Tomando por base as relações que o texto
estabelece entre ciência e mito, assinale a alternativa correta.
a) Apesar de tanto o mito quanto a ciência
procurarem explicar os mesmos acontecimentos, apenas a ciência consegue
responder satisfatoriamente à
angústia do desconhecido.
b) O pensamento mítico nasce da dificuldade que
a ciência tem de dar conta dos novos desejos do ser humano. Por isso, é
improvável que a ciência faça com
que o mito deixe de existir.
c) Como o mito tem a capacidade de antecipar o
futuro, ele sempre vai existir. Já a ciência, por não poder explicar a origem
do mundo, dificilmente poderá sobreviver.
d) A falta de explicações científicas para o
sentido e a origem das coisas não implica, necessariamente, que o homem tenha
necessidade do pensamento mítico.
e) O mito, ao procurar dar sentido ao
inexplicável, entra em choque com os princípios da ciência, cuja principal
função é organizar e orientar o futuro.
Texto para a questão 3.
“... A gramática
deverá, primeiro, colocar em seu devido lugar as afirmações
de cunho normativo: não necessariamente
suprimindo-as, mas apresentando o dialeto padrão como uma das possíveis
variedades da língua, adequada em certas
circunstâncias e inadequada em outras (é tão
“incorreto” escrever um tratado de filosofia no dialeto coloquial quanto
namorar usando o dialeto padrão). Depois, a gramática deverá pelo menos
descrever as principais variantes (regionais, sociais e
situacionais) do português brasileiro,
abandonando a ficção, cara a alguns, de que o português no Brasil é uma
entidade simples e homogênea. Finalmente, e acima de tudo, a gramática deverá
ser sistemática, teoricamente consistente e livre de contradições.”
(PERINI, M. A. Para uma Nova Gramática do
Português, 7. ed. São Paulo, Ática)
I – As regras gramaticais não podem prescrever
um só padrão lingüístico para todas as situações, pois existem variantes
lingüísticas distintas.
II – A descrição lingüística deve abandonar a
literatura de ficção, cujo custo é inacessível para grande parte da população.
III – A descrição das principais variantes deve
demonstrar a heterogeneidade e a complexidade do português no Brasil.
3. Assinale a alternativa correta, relacionando
o texto às afirmações:
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Texto
para a questões 4 e 5.
Tem gente que só pensa
no seu dinheiro. Nós, por exemplo.
Tem agência de
propaganda que só pensa no dinheiro do cliente. A WG é uma dessas. Pode
perguntar para o pessoal do Diário Catarinense, Editora Globo, Frangos Macedo,
Makenji, RBS TV, Revista Gente, Telefones Intelbras. A WG atende todos eles com
a mesma obsessão: fazer o cliente ganhar mais dinheiro, fazer crescer o
faturamento, fazer uma marca acontecer até chegar na liderança. Foi isso que
aconteceu com cada um deles. E pode acontecer com você também. É só entregar a
comunicação da sua empresa pra quem só pensa no dinheiro que você vai ganhar.
4. Sobre a frase “Tem gente que só pensa no seu
dinheiro”, é correto afirmar que:
a) a agência WG, pelo contexto, está
interessada apenas em ganhar o dinheiro dos seus clientes.
b) lida isoladamente, a frase possui apenas
sentido positivo.
c) a frase, mesmo descontextualizada, já possui
uma evidente imprecisão.
d) lida isoladamente, a frase possui
dominantemente sentido negativo; no contexto, porém, ela adquire valor
positivo.
e) a frase isolada tem o mesmo sentido daquele
que ela adquire no contexto.
5. Ainda sobre a frase “Tem gente que só pensa
no seu dinheiro”, assinale a alternativa que traduza o sentido da frase mais
compatível com o contexto em que ela está inserida.
a) Tem agência de propaganda que só pensa no
dinheiro do cliente.
b) Pode perguntar para o pessoal do Diário
Catarinense.
c) A WG atende todos eles com a mesma obsessão.
d) Foi isso que aconteceu com cada um deles.
e) É só entregar a comunicação da sua empresa
pra quem só pensa no dinheiro que você vai ganhar.
“Não cabe ao analista
do texto identificar este ou aquele autor pelo estilo de época a que está
ligado. Um autor é tanto menos original quanto mais se identificar com
determinado gosto estético. E será original na medida em que suplantar a forma dominante
de pensar e escrever em determinada fase.”
6. De acordo com o texto:
a) a originalidade do autor implica sua maior
ou menor aceitação por parte do analista do texto.
b) convém distinguir, na análise do texto,
apenas o estilo de época a que se vincula o autor.
c) a identificação de determinado autor com o
estilo de sua época é pouco relevante como indicador do valor estético de sua
obra.
d) a maneira de pensar e de escrever reflete sempre
o ponto de vista dominante numa dada época.
e) o mérito do autor está em sublinhar em seu
texto as marcas do estilo de época em que vive.
“Mesmo que isso não
conste nas poéticas e estéticas de Aristóteles ou de Hegel, a televisão
tornou-se a dominante no atual sistema das artes dos países industrializados.
Esta é uma situação nova, que precisa ser pensada fora dos parâmetros clássicos
(que não poderiam prevê-la), mas que não pode mais ser recebida com o
entusiasmo fácil dos modernistas vanguardeiros (que tinham ante si mais o sonho
do que a realidade).
O fato de a televisão
ter-se tornado a dominante no novo sistema das artes não
significa que qualquer programa seja artístico:
significa apenas que a televisão é
uma linguagem que tem condições de produzir
obras de nível artístico. Significa também que, por ser ela a nova dominante,
reorganiza-se todo o sistema das artes atuais, afetando o modo de ser de cada
uma delas.”
7. De acordo com o texto,
a) os países industrializados tornaram a
televisão a forma mais importante de arte, o que já era previsto nas poéticas e
estéticas de Aristóteles e Hegel.
b) modernistas e homens de vanguarda receberam
com entusiasmo o fato de a televisão ter-se tornado dominante no atual sistema
das artes, e essa reação determinou uma reorganização de todas elas.
c) o modo específico de ser de todas as formas
de arte atuais sofre o reflexo do fato de uma delas, a televisão, ter-se
tornado tão importante.
d) embora nem todo programa possa ser
considerado artístico, a televisão, por ser uma linguagem que provoca
entusiasmo fácil, tornou-se a mais importante das artes atuais.
e) sendo uma linguagem que tem condições para
produzir obras de nível artístico, a televisão impõe-se como forma de arte e
obriga as demais artes a tentarem ser mais modernas e vanguardeiras.
“Numa sociedade como a
nossa, onde a divisão de bens, rendas e lucro é tão desigual, não é de
estranhar que a mesma desigualdade presida a distribuição de vários outros
bens, inclusive os culturais. E a participação em boa parte desse últimos é
mediada pela leitura.”
8. De acordo com o texto,
a) lamenta-se em nossa sociedade a falta de
oportunidades de ascensão econômica e cultural.
b) a desigualdade dos bens é, muitas vezes, uma
forma de oposição à cultura.
c) a melhor representatividade dos bens
culturais acha-se nos efeitos decorrentes da leitura.
d) por meio da leitura, o cidadão participa de
todos os bens culturais da humanidade.
e) A injustiça na divisão dos bens materiais
repercute na desigual distribuição da cultura e no acesso a ela.
“Diferentemente do espectador de cinema ou de
televisão, o leitor dispõe da faculdade de regular livremente a cadência das sequências do livro e de voltar, se necessário. Tal poder de reinterpretação e
de crítica retrospectiva converte a leitura em diálogo.”
9. De acordo com o texto,
a) o exercício de leitura oferece condições de
recuperação da mensagem.
b) a compreensão do livro condiciona-se à
cadência das seqüências do livro.
c) o bom leitor é aquele que se ajusta ao
movimento de avanço e retrocesso no
livro.
d) a crítica retrospectiva é decorrência da
leitura bem assimilada.
e) já num primeiro contato com um texto, o
leitor, independentemente de sua formação cultural, consegue apreender a
essência daquilo que foi lido.
Leia o fragmento seguinte, extraído do “Poema
Sujo”, de Ferreira Gullar, para responder à questão 10:
(Para ser cantada com a música da Bachiana no
2, da Tocata, de Villa-Lobos)
lá vai o trem com o menino
lá vai a vida a rodar
lá vai ciranda e destino
cidade e noite a girar
lá vai o trem sem destino
pro dia novo encontrar
correndo vai pela terra
vai pela serra
vai pelo mar
cantando pela serra do luar
correndo entre as estrelas a voar
no ar
10. Se compararmos mentalmente este fragmento
do “Poema Sujo”, de Ferreira Gullar, com o desenvolvimento de um tema similar
na linguagem cotidiana, é possível verificar que:
a) o vínculo que une as palavras do texto, tal
como nas palavras que usamos na linguagem cotidiana, é meramente sintático,
responde a uma exigência lógica
e visa a uma captação imediata da mensagem que
é transmitida.
b) não é possível tal comparação porque o texto
é absurdamente ingênuo.
c) a única diferença entre a linguagem
literária e a cotidiana é que a primeira pode abrir mão de exigências como
ritmo e sonoridade, para alcançar uma comunicação mais direta com o leitor.
d) na linguagem cotidiana, a comunicação é
imediata; na literária, no entanto, é indireta, devido à elaboração prévia da
mensagem por parte do escritor e pela leitura ou eventuais releituras do
leitor. Tudo isso permite um melhor aproveitamento das possibilidades verbais,
no sentido de enriquecer as relações existentes entre as camadas sonoras e
semânticas do texto.
e) a originalidade do tema escolhido é a única
força responsável pela expressividade do texto. A maneira como o autor plasma
em palavras este tema é um fator de importância secundária.
Gabarito
1. d
2. b
3. c
4. d
5. e
6. c
7. c
8. e
10. d
Assinar:
Postagens (Atom)